quarta-feira, 29 de outubro de 2008

aromas

Visto a beleza
Na quietude de um sopro

Visto a beleza
No azul silêncio, murmurante

Visto a beleza
Nas palavras macias, do ocaso

Visto a beleza
No olhar irisado e sereno
De quem a vê

Visto a beleza
Em ti

RuiSantos

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

vida

no deslizar das palavras
no sentir ansiado
enrola-se a vida
a um sonho acordado

rs

domingo, 26 de outubro de 2008

descobrir

saber pintar
num sorriso soalheiro,
um sussuro adormecido
é a magia por descobrir
numa tarde de outono
uma vida por bailar

rs

pontes eternas

Quem és?
Que entras no meu sono
Pela noite, vagueias, em mim
E em ti me perco e reparto
Em reflexos, de palavras abertas
Rasgadas, sem pudor

Usas-me, uma e outra vez
Levas o que tenho por certo
Esta tarde calma e cinzenta
Onde adormeço e esqueço
A razão de gritar e viver
Nesta intrusa ilusão cruel

Se fosse o dono do tempo
Fazia uma pausa, por ti
Buscava no leito dos dias
Fragmentos perdidos de mim
Em desalinho de euforia e desejo
Leria lendas estranhas, absurdas
Baladas molhadas, de cores mil
E ébrios de palavras loucas
Tomaríamos o certo por incerto
Na longa noite amiga, benévola
Arca de sonhos e sentires
Sabendo que a aurora não tarda
E o dono do tempo o reclama para si

Quem és?
Que em mim fazes morada
Nesta estrada velhaca, de escolhos
Velha estrada de saberes, cingidos
Que o pó do tempo abraça, singelo
Tornando os dias em anos, esbatidos
Franqueias a entrada, esparsa
Revolves o pó, esquecido
Cuidas que és vento, incólume?
Mais um som, adormecido?

És...
Pontes sem margens, certas
Suspensas por palavras, lunares
Tecidas em telas soltas
Por lágrimas quebradas sem par
Águas revoltas são esquecidas
Pontes, eternas e ternas
Que entre palavras habitas
Sólidas, simples como o mar
Onde por vezes, grito ao tempo
Sim
Quero

RuiSantos