terça-feira, 14 de abril de 2009

“quase” não passa de um jogo


Olá P,
Sei que estás sempre por perto, pois aquilo que partilhamos não é coisa de subestimar, mas sim algo mais íntimo e pessoal do que a própria intimidade entre um homem e uma mulher. Não passa um dia em que não pense em ti ou nas tuas palavras, pois o vínculo entre nós não foi fruto de acordo assinado, nem se manifesta pela proximidade física. Aliás, sei bem que ambos nos mantemos afastados deliberadamente, um pouco por receio da proximidade que poderá advir de cada vez que estamos os dois juntos.
Falas-me dos teus amores e das tuas paixões, aquelas que entram e saem da tua vida a um ritmo que me parece veloz...enquanto eu vou pairando, sempre no meu papel, num lugar que mais ninguém ocupa.
“Já gostei mais do que gosto...mas sim, estou numa relação tranquila”. Na realidade, penso que fantasias e nos enganas de propósito, pelo puro receio do risco de uma aproximação maior. Eu limito-me a fingir que acredito, pois também eu acho pouco prudente chegar mais perto.
As palavras que trocamos não passam por mais ninguém e eu conheço a tua alma, aquilo que finges teimosamente não ser, a tua insegurança e esse teu jeito falsamente abrutalhado quando necessitas de voltar a ter-me mais próximo de ti.
Sei que mesmo de longe, me olhas tal como eu a ti...me vais vigiando e por vezes chamas por mim, requerendo a minha aprovação para afastar as tuas inseguranças, ou para testar o equilíbrio de forças entre nós...mas tu sabes que eu preciso de ti, de saber que estás por aí, de ler as tuas palavras que aquecem os pedaços do meu coração.
“Esteve quase”, disseste tu. Mas “quase” não passa de um jogo, que tantas vezes surge em momentos mais solitários da vida, também com estas se desvanecendo.
Quero-te bem...sempre. Mas tu sabes...

MP

1 comentário:

Xico disse...

Entre a candura do M quedo-me em
olhar de agiota, (não com arte),
o P entristecido que o ampára.





Xico