sexta-feira, 17 de abril de 2009

Embrulhinho



Querida L,

Fui-te ver quando tinhas apenas um dia, doce embrulhinho cor-de-rosa, enroscado na sua mãe. A “Mãe” já mal disfarçava a sua preocupação contigo, relevando para segundo plano o seu próprio desconforto. Assim vai ser durante toda a tua vida...mulheres guerreiras olhando cuidadosamente pelas suas crias, velando sempre por ti, quando mais precisares e menos esperares.
Ao longo dos anos serão muitas as vezes em que se exasperarão uma com a outra, mas fica sempre segura de que ela quer-te desde o primeiro dia, acima de tudo e todos, que o teu lugar será sempre o primeiro, mesmo quando tiveres já voado para fora do teu ninho.
Eu bem vi os seus olhos brilharem apesar do seu cansaço, quando postos naquele embrulhinho cor-de-rosa. Já uma frágil guerreira pronta para um novo papel na sua vida: a “Mãe”! Justamente orgulhosa da sua obra...a sua Nô, de inocentes olhos negros, aconchegada nos seus braços. Quanto carinho eu vi nos olhos da mãe e da avó. Foi tanto que me comovi, acredita.
Bem vinda ao mundo Leonor!
Foste recebida com honras de princesa e assim serás para sempre. A vida tem coisas más, eu sei, mas também tem uma beleza indescritível, cheia de cor, luz e belos sons. Serás rodeada de verdadeiro amor e carinho, estou certa, tendo tudo o que mereces, pois zelarão por ti guerreiras para quem serás sempre um doce sopro de alegria.
Nestes momentos tenho imensa pena dos homens, da sua incompreensão, dos seus medos tolos, de tudo aquilo que, sem sequer saberem, acabam por perder.
Sê feliz minha linda flor.


MP

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigada, amiga, pelas suas doces palavras.
Eu sou "a avó" e vou guardar a sua carta para um dia mostrar à minha netinha.
Célia