Não te vás
De mim
És mais que possa dizer
Laço apertado, entrelaçado
Fonte de frescura renovada
Em lava esculpida
Desafio contínuo, ao verbo
Como rio de sangue, escarlate
Espraias em mim
Sedento de ti
Mais e mais, quis
Sem mas nem quês
Subi a colina, frágil, de medos
E vivi, em teu tempo
Vieste
Singela, como sempre és
Deste-te
Em dias e noites, de risos contínuos
Brincamos na madrugada
Trocamos sabores salgados
Na esperança de perdemo-nos
Em paragens abertas, ocasos
Onde renovos brotam em cada palavra
Viajamos, sem rota marcada
Um dia, uma noite, um fôlego
De cada vez
Dei e recebi
Minutos por horas
Partidas por certezas
Manhãs por rosas
Chegadas por desertos
Morei no tempo, sem tempo
E do tempo caí
Em horas brancas
Perdidas, atadas
Permaneço, cruzando margens
Buscando a palavra
Mágica, conveniente
Cómoda, indolor
Sonha, sonha, sonha
Que o sonho comanda a vida
Rui Santos
Um pouco de azul
Há 8 anos
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