segunda-feira, 29 de junho de 2009

o livro

passam os dias
passam as noites
leio instruções
decoro a página

capitulo primeiro

certezas inúteis

quarenta e sete razões para sorrir
uma
para não cumprir
quero rir
quero voar
quero ser eu
enlouquecer na miragem
dar o certo pelo incerto
cair
da noite adormecida
indolente, paralela
salvar o dia
enquanto é dia
partir
na certeza do incerto
lamber o sal, molhado
perder-me
em ruas abssintas
correr para nada
e para tudo
viver sofregamente
instante a instante
e dormir...
sem pensar
nos anos que perdi
nas noites de espera
pelos dias descalços
sensuais
apelantes de vida
trilhantes do ocaso
mas...
meus
como o livro
meu, também
que se perpetua
sem fim

Rui Santos

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