segunda-feira, 29 de junho de 2009

hoje

o tempo de cada jornada
resgata-se vezes sem fim
levando em cada tirada
pedaços quebrados de mim

trocámos sonos, por sonhos
deitámos noites, no chão
pintámos auroras, sorrindo
quebrámos pedaços, de não

perguntámos sem medo
ao tempo
pelos poemas, a ler
pelos beijos, a dar
se os rios
ainda correm,
para o mar
e o tempo contou-nos histórias
de multidões de memórias
coloridas, sem par
de quando o tempo, sem tempo
parou, para sonhar
devaneios breves e doces
escritos soltos ao luar
levados por ventos loucos
salgados, de tanto chorar

e hoje
o tempo parou
para te ver sorrir
sorri, pois
pelos dias molhados
pelas noites sem luar
mas, acima de tudo
sorri
porque hoje
o tempo parou
por ti

Rui Santos

Sem comentários: