quinta-feira, 18 de junho de 2009

gotas que rolam

Rolam as lágrimas
porque mais, não sabem fazer
senão rolar, sem querer.

Sentem o mundo
com o peso de mil almas
e nada mais podem dar
senão o afecto
transbordande e incontrolado
de almas sem lugar
Não são deste mundo
nem por cá, ousam ficar.

Um dia, quem sabe
talvez encontrem
um lugar
o tempo certo
o nimbo excelso
o oásis, sem fim
o tempo sem mácula
sem passado bitolante
sem regra aferida

Apenas...
a liberdade
de viver feliz

Apenas...
a oportunidade
de ler mais uma página
na sebenta da vida
sem nada a provar

Sim
rolam as lágrimas
porque são livres de rolar.
Quem segura uma emoção?
quem laça um gostar?

Amar.
Quem entende esta afirmação?
Quem afina, pelo mesmo diapasão?
Quem se dá até ao fim?
Quem esquece a razão?

A ti
Sim, tu
que me lês.
Para ti, singro nestas palavras
que te são amenas
serenas, suaves e doces
e para mim
quentes, incontidas, e parcas
e deslizo, emperrado
em horas, de minutos
e em dias, de noites
para te ver
ter
dar
o que guardo em tesouro
o que tenho por diadéma
o que sou, sem saber
um grito, neste peito
uma terra de sal
por verter

Não, não sou deste mundo
sou da ilha da alegria
da esperança, confiança
e um toque de utopia

Onde as lágrimas rolam
por não poderem dar
nada mais que lágrimas,
livres
neste imenso
amar

RuiSantos

1 comentário:

Margarida Piloto Garcia disse...

Olá Rui.Já há muito que não te lia.Voltei a lembrar o grato prazer de o fazer.Singrei nas palavras.ilympetr